Cientistas avançam no esforço pela conservação do mutum-de-alagoas

Posted on: January 26, 2017, by :
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Mutum-de-alagoas: a caminho da reintrodução na natureza. Foto: Luís Fábio Silveira
Considerado extinto na natureza, o mutum-de-alagoas (Pauxi mitu) tem uma chance de voltar a ocupar trechos da Mata Atlântica do litoral nordestino. Um programa que envolve esforços de governos, de universidades e da sociedade civil pretende reintroduzir a ave em seu hábitat natural, a partir de espécimes que sobrevivem em cativeiro. Graças ao trabalho de criadores, uma pequena população de mutum-de-alagoas foi formada para o fim de reintrodução, com descendentes de indivíduos capturados na década de 1980.
No entanto, havia uma pedra no meio do caminho. Por vários motivos, ao longo do tempo houve casos de hibridização entre o mutum-de-alagoas e outra espécie, o mutum-cavalo (Pauxi tuberosa). E os pesquisadores que se dedicam à reintrodução tinham que separar os híbridos, garantindo que somente os mutuns-de-alagoas fossem reintroduzidos. A olho nu, no entanto, essa separação nem sempre é possível. Começou então uma intensa pesquisa genética para fazer a separação, usando diversas técnicas, num verdadeiro quebra-cabeças. O trabalho, publicado na revista científica Plos One pela equipe dos Drs. Mercival Francisco, da Universidade Federal de São Carlos, e Luís Fábio Silveira, do Museu de Zoologia da USP, conseguiu apurar uma população de 66 mutuns-de-lagoas puros (33 fêmeas e 33 machos) entre os 148 espécimes analisados. Assim, mais uma importante etapa para a reintrodução na espécie na natureza foi vencida. Ainda há um longo trabalho pela frente, mas os resultados animam as esperanças de que possamos ver de novo um dia a espécie em vida livre nas matas remanescentes de Alagoas e Pernambuco. Leia mais sobre o assunto no excelente artigo da revista Pesquisa Fapesp.

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