Lugares – Brasil das Aves http://brasildasaves.com.br Tudo sobre a observação de aves (birdwatching) no país Sun, 20 Nov 2016 02:13:40 +0000 en-US hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.6 https://i0.wp.com/brasildasaves.com.br/wp-content/uploads/2012/01/cropped-Ita39-1.jpg?fit=32%2C32 Lugares – Brasil das Aves http://brasildasaves.com.br 32 32 137729982 Passarinhando em defesa do Museu da Energia de Salesópolis http://brasildasaves.com.br/2016/08/12/passarinhando-em-defesa-do-museu-da-energia-de-salesopolis/ http://brasildasaves.com.br/2016/08/12/passarinhando-em-defesa-do-museu-da-energia-de-salesopolis/#comments Fri, 12 Aug 2016 11:31:41 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7408
Bicudinho-do-brejo-paulista – Foto: Elvis Jesus

O brasileiro em geral (e os paulistanos em particular) se acostumaram nos últimos tempos a manifestações. Neste sábado que antecede o Dia dos Pais, no entanto, a manifestação é, digamos, um pouco diferente. Para chamar a atenção sobre o Museu da Energia de Salesópolis (nos arredores da capital paulista), um grupo de observadores de aves vai promover um dia de passarinhada pelas cercanias do museu – em meio à Mata Atlântica. O lugar é especial e tem, além da importância histórica, também um papel vital na preservação de uma espécie rara e ameaçada: o bicudinho-do-brejo-paulista. O museu, porém, convive com a ameaça de fechamento – a alegação das autoridades é que ele não atrai turistas. Assim, se você é observador e quer ajudar a preservar esse importante ponto de lazer e estudo em São Paulo, junte-se à galera. E boa manifestação!

Ah, o melhor meio de saber mais sobre o evento é visitar a página no facebook: https://www.facebook.com/events/256254608082538/

Tiê-sangue (casal) – Foto: Elvis Jesus
Museu da Energia de Salesópolis – Foto: Elvis Jesus

 

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Época de migração http://brasildasaves.com.br/2016/05/03/epoca-de-migracao/ http://brasildasaves.com.br/2016/05/03/epoca-de-migracao/#comments Tue, 03 May 2016 18:01:12 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7387
Fêmea de azulinho no Ibirapuera – Foto: Zé Edu Camargo

A frente fria na virada de abril para maio pegou muita gente de calça curta – literalmente. No sul, no sudeste, no centro-oeste e até no sul da Amazônia o frio chegou chegando a bordo de uma nova frente, destronando o calorão. Com a mudança, já se percebe um movimento migratório de aves que começaram a se deslocar em busca de novas paragens – com mais alimento ou com um clima mais ameno. Assim, algumas espécies fazem aparições inesperadas em locais onde não são vistas com frequência. “ A diminuição na duração dos dias e a queda da temperatura com a chegada do outono são o sinal que muitas espécies de aves utilizam para iniciar suas jornadas migratórias rumo ao norte. Um detalhe não muito conhecido é que, diferente dos rapinantes e outras aves de maior porte, muitos passeriformes migram principalmente a noite, descansando e se “reabastecendo” durante o dia em pontos de parada ao longo da rota. Se um sabiá-ferreiro está migrando do Rio Grande do Sul para o leste da Amazônia e com o raiar do dia está sobrevoando a cidade de São Paulo ele irá descer em alguma área mais arborizada e passar um ou poucos dias ali, “caindo na estrada” de novo com o cair da noite. Ontem mesmo um sabiá-ferreiro passou o dia forrageando em frente a minha janela no Instituto Butantan e hoje de manhã nem sinal dele, que deve estar agora em algum lugar no oeste de Minas Gerais ou sul de Goiás. Isso é muito mais que legal, isso é incrível!”, diz Luciano Lima, ornitólogo do Observatório de Aves – Instituto Butantan.

Cigarra-bambu, outra espécie de passagem pelo parque - Foto: Zé Edu Camargo
Cigarra-bambu, outra espécie de passagem pelo parque – Foto: Zé Edu Camargo

No último fim de semana de abril, Luciano e o ornitólogo Marco Silva conduziram mais de 50 observadores durante o #vempassarinhar, uma atividade que ocorre uma vez por mês na mata do Instituto Butantan, em São Paulo, mas que agora passa a se revezar com outros parque públicos da capital paulista, numa parceria do Butantan com o Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes) e a ONG SAVE Brasil. Desta vez, o escolhido foi o Parque do Ibirapuera, na Zona Sul. Entre as aves residentes (como o mergulhão-caçador e o socozinho), os observadores puderam encontrar espécies que estão só de passagem, como uma fêmea de azulinho (Cyanoloxia glaucocaerulea). Segundo Luciano Lima “o azulinho é uma das muitas espécies de aves brasileiras que fazem movimentos migratórios e cuja as rotas e a área de invernada são praticamente desconhecidos. Nos Estados Unidos, registros enviados por observadores para a plataforma eBird estão ajudando a desvendar muitos mistérios sobre migração de aves. No Brasil, além do eBird, temos o WikiAves, uma fonte valiosíssima de informações que é prontamente acessível  e que está revolucionando nosso conhecimento sobre a avifauna brasileira. Nesse momento, por exemplo, estamos trabalhando em um artigo sobre movimento migratório do urutau, utilizando basicamente informações presentes no WikiAves”.

Garça-branca-pequena – Foto: Zé Edu Camargo

Entender melhor como se dá essa migração é um fator essencial para a conservação. E os observadores podem dar uma ajuda valiosa aos pesquisadores, simplesmente registrando as aves que viram em plataformas como o eBird ou táxeus – ou mesmo submetendo fotos e sons ao WikiAves. Colabore também!

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Sul fluminense ganha importante área de conservação http://brasildasaves.com.br/2016/02/25/refugio-da-vida-silvestre-da-lagoa-da-turfeira-area-de-conservacao/ http://brasildasaves.com.br/2016/02/25/refugio-da-vida-silvestre-da-lagoa-da-turfeira-area-de-conservacao/#comments Thu, 25 Feb 2016 13:51:18 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7366
Japacanins, aves comuns em brejos – Foto: Luciano Lima

O estado do Rio de Janeiro acaba de compor uma nova área de proteção ambiental. E não uma área qualquer: a Lagoa da Turfeira, um dos últimos remanescentes de áreas úmidas no sul do estado e importantíssima região para a conservação de aves residentes e migratórias. O novo Refúgio da Vida Silvestre da Lagoa da Turfeira fica em Resende, às margens do rio Paraíba do Sul. Trata-se de um exemplo de como poder público e iniciativa privada podem agir em conjunto para o bem comum. Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e a montadora Nissan (que tem presença na área) e outros órgãos estaduais e locais selaram o acordo que permitiu a criação da reserva. Mas isso não ocorreu sem luta. O ornitólogo Luciano Lima, de Resende, foi figura fundamental no alerta sobre os riscos que a lagoa sofria. Estudos dele e do colega Bruno Rennó demonstraram a elevada importância para a biodiversidade e a presença de aves ameaçadas na área. Luciano também foi um dos primeiros a levantar a questão que levou ao termo de ajustamento de conduta entre a Nissan e os agentes públicos – e que agora leva à ação prática de criação e manutenção do refúgio de vida silvestre.

Tricolinos, saracuras e mais de 170 outras espécies de aves agora têm assegurado o direito de viver e procriar em 269 hectares que incluem trechos de Mata Atlântica. Mas não só as aves serão beneficiadas: diversas espécies de mamíferos (como a jaguatirica) e de répteis (como os jacarés-de-papo-amarelo) também ocupam a região. No entanto, uma espécie sai ganhando mais que as outras: a Homo sapiens. E suas novas gerações vão comprovar isso.

Tricolino, espécie associada a juncais e taboais – Foto: Luciano Lima
Saracura-do-banhado, espécie arredia e difícil de visualizar – Foto: Luciano Lima
Lagoa da Turfeira, nova área de conservação no RJ – Foto: Luciano Lima
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Museu de Zoologia da USP reabre a exposição permanente http://brasildasaves.com.br/2015/09/04/museu-de-zoologia-da-usp-exposicao-biodiversidade-conhecer-para-preservar/ http://brasildasaves.com.br/2015/09/04/museu-de-zoologia-da-usp-exposicao-biodiversidade-conhecer-para-preservar/#comments Fri, 04 Sep 2015 19:24:02 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7268
Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo

Os brasileiros acabam de recuperar uma joia. A exposição de longa duração do Museu de Zoologia, em São Paulo, está de volta em grande estilo, com o título Biodiversidade: Conhecer Para Preservar. São animais taxidermizados, réplicas de fósseis e coleções de insetos que contam muito sobre a nossa história evolutiva e nossos biomas. As crianças, especialmente, vão adorar. Um dos destaques é o mapa da cidade com os animais que ocupavam as suas áreas antes da expansão da mancha urbana (muitos desses bichos ainda resistem nos nossos parques). As réplicas de fósseis também chamam a atenção. E, para os observadores de aves, há uma boa mostra da imensa coleção do museu. Um programa para toda a família. Mais informações pelo site: http://www.mz.usp.br

Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo
Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo
Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo

 

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O Butantan também tem passarinho http://brasildasaves.com.br/2015/07/31/o-butantan-tambem-tem-passarinho/ http://brasildasaves.com.br/2015/07/31/o-butantan-tambem-tem-passarinho/#comments Fri, 31 Jul 2015 16:16:40 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7258
Papagaio-verdadeiro – Foto: Zé Edu Camargo

Os brasileiros conhecem o Instituto Butantan pela rica história na produção de soro antiofídico e de vacinas. Os paulistanos sabem que a instituição mantém uma das melhores áreas de lazer da cidade, com museus, exposições e uma bela área livre.

E, mais recentemente, as crianças ligadas em tevê associam o Butantan à série infantil Buuu, do canal pago Gloob. A tudo isso, soma-se mais uma atividade: a observação de aves. O sucesso do último Avistar (evento que congrega observadores de todo o país) por lá é a prova de que o lugar tem vocação para receber os birdersMas outra iniciativa vem chamando a atenção e incluindo muita gente na atividade: o #vempassarinhar, uma visita guiada à mata do Instituto (que é fechada ao público no dia-a-dia) para observar as aves que ocorrem por ali. São 60 hectares com diversas espécies da Mata Atlântica. Sempre há surpresas em cada passarinhada por ali. Nas fotos que acompanham o post vocês podem ver algumas espécies que foram registradas ali, como o mocho-diabo (uma espécie de coruja) e o papagaio-verdadeiro.

O #vempassarinhar é a face visível de um outro trabalho muito importante que o Museu Biológico do Instituto Butantan desenvolve: o Observatório de Aves, que realiza pesquisas e monitoramento de avifauna, além da vigilância ambiental em saúde através das aves silvestres. Para saber como participar do #vempassarinhar, acompanhe a comunidade do Observatório de Aves no facebook. As visitas guiadas (grátis) ocorrem uma vez por mês, sempre em um sábado.

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Um tour de observação de aves pelo Peru http://brasildasaves.com.br/2015/07/08/um-tour-de-observacao-de-aves-pelo-peru/ http://brasildasaves.com.br/2015/07/08/um-tour-de-observacao-de-aves-pelo-peru/#comments Wed, 08 Jul 2015 15:04:28 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7238
Quetzal-de-cabeça-dourada (Pharomachros auriceps) – Foto: Adrian Eisen Rupp
Nossos vizinhos estão com tudo. O Peru vem se firmando no mapa mundial de birding graças a uma conjunção especial de fatores. Na geografia é um país diverso, da costa com pouquíssima chuva à selva amazônica, passando pelos Andes. Isso se reflete na grande variedade de aves (mais de 1800 espécies registradas). São muitas áreas de conservação (as reservas protegidas ocupam mais de 12% da área total do país). E o Peru tem se esforçado para atrair observadores, criando infraestrutura e promovendo a atividade no exterior. Os brasileiros já descobriram esses roteiros. O fotógrafo e guia de birdwatching Adrian Eisen Rupp tem organizado bem-sucedidas incursões pelo país. Aí embaixo um pequeno bate-bola com ele.

Blog: Quando se fala em Peru, todos associam com os Andes e o Pacífico. Quais outras regiões o país tem para a prática de observação de aves?

Adrian: Existem muitas opções em praticamente todo o país, e além da famosa península de Paracas e a região andina, temos as Yungas a leste da Cordilheira dos Andes que cortam o país de norte a sul, e a Amazônia. Cada vez que falamos em qualquer um destes biomas vale lembrar que existem as áreas de endemismo, e assim vários destinos em um mesmo bioma, mas sempre tendo aves diferentes para observar.

Blog: Quais as diferenças entre a Amazônia peruana e a brasileira?

Adrian: Com exceção da Amazônia pré-andina, não há diferença. A avifauna encontrada na bacia do Rio Madre de Díos remete a avifauna encontrada ao longo da Bacia do Rio Madeira no Brasil, temos ainda o Rio Purus que nasce no Peru e adentra o estado do Acre no Brasil, e a avifauna da bacia do Rio Amazonas corresponde a região biogeográfica do oeste do estado do Amazonas no Brasil. O diferencial fica pela infraestrutura turística para conhecer estas regiões no Peru, que é muito superior as correspondentes no lado brasileiro.

Blog: Quais são os principais objetivos de uma viagem de birding à região?

Adrian: Os destinos preferidos são os que oferecem roteiros de observação que mesclam os Andes, as Yungas e a Amazônia, tanto do norte do Peru quanto no sul. Uma viagem destas permite a observação de muitas espécies em poucos dias de viagem, e em trajetos relativamente curtos.

Blog: E a infraestrutura do país, como está? O que um observador pode esperar?

Adrian: O Peru é um país privilegiado por ter Machu Picchu, o que motivou investimentos no setor turístico que vão desde uma ampla rede de hotéis e eco-lodges até a formação acadêmica dos profissionais do ramo. Todo esse profissionalismo envolvido com o turismo arqueológico influenciou na qualidade do serviço oferecido no turismo de natureza. A maioria dos lodges tem alimentadores para aves, as trilhas são limpas, o café da manhã é servido bem cedo, muitos lodges amazônicos possuem torres para observação de aves e, mesmo nas áreas mais remotas do país, você encontra uma ótima infraestrutura a preços acessíveis.

O guia está organizando grupos para viagens ao Peru em julho e outras datas do segundo semestre. Mais informações pelo email birding@adrianrupp.com ou pelo site www.adrianrupp.com.
Socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum) – Foto: Adrian Eisen Rupp
Sanhaçu-de-coleira-dourada (Iridosornis jelskii) – Foto: Adrian Eisen Rupp
Sanhaçu-de-cabeça-preta (Buthraupis montana) – Foto: Adrian Eisen Rupp
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Aves alienígenas do Ibirapuera http://brasildasaves.com.br/2015/06/09/aves-alienigenas-do-ibirapuera/ http://brasildasaves.com.br/2015/06/09/aves-alienigenas-do-ibirapuera/#comments Tue, 09 Jun 2015 11:19:38 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7219
Cardeal-do-nordeste – Foto Marco Silva

Depois do monumental A Capital da Solidão, o escritor Roberto Pompeu de Toledo lança agora outro título imperdível para quem vive em (viveu em, ou gosta de) São Paulo : A Capital da Vertigem. Como o próprio subtítulo diz, a obra trata da história da cidade de 1900 a 1954. Passa pelo início da industrialização, mostra a influência dos imigrantes, descreve eventos marcantes, como a Semana de Arte de 22 e a Revolução de 1924. E acaba no ano do IV Centenário, quando é inaugurado oficialmente o Parque do Ibirapuera (embora a área já fosse reconhecida há tempos como um parque).

Bom, mas você deve estar se perguntando: o que esse livro tem a ver com um blog de observação de aves? Simples: o livro é uma ótima fonte de informações sobre como se formou um dos melhores pontos para o birdwatching na cidade. Ele mesmo, o (nem tão velho e) bom Ibirapuera. No livro ficamos sabendo, por exemplo, que na área do parque já funcionava há um bom tempo antes da inauguração um viveiro de mudas capitaneado pelo “entomologista de formação, mas botânico por paixão” Manequinho Lopes. Ele é que plantou os primeiros eucaliptos por ali, para ajudar na drenagem da área alagadiça. Alguns destes eucaliptos (espécie de árvore australiana introduzida no Brasil) ainda devem estar por lá. E por eles circulam aves que também não “deveriam” estar ali.
Capa do livro A Capital da Vertigem – reprodução

O Ibirapuera, assim como a maior parte da cidade, é originalmente uma área de Mata Atlântica. No entanto, assim como a cidade recebeu inúmeros imigrantes (de outros países e de outras regiões do país) ao longo do tempo, também o parque abriga espécies alienígenas, que não ocorriam ali originalmente. Algumas delas hoje são atrações para os observadores, como o cardeal-do-nordeste, ou galo-de-campina (Paroaria dominicana). Diz a lenda que ele foi trazido de seu hábitat natural (a caatinga), por um prefeito, encantado por suas cores, iguais à da bandeira paulista. Certas espécies do Ibira vieram de continentes distantes, trazidas em navios, como o onipresente – e europeu por origem – pardal (Passer domesticus) e o africano bico-de-lacre (Estrilda astrild). E também há as que aqui chegaram na esteira do desmatamento, que ampliou sua área de ocorrência original, como a lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) e o corrupião (Icterus jamacaii). Por fim, algumas espécies provavelmente foram introduzidas sem querer, ao escapar do cativeiro. É o caso do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), hoje bem fácil de ver nas palmeiras do parque.

Certas aves encontradas no Ibirapuera também são migrantes no sentido biológico da palavra: estão ali só de passagem em determinada época do ano. Ou porque estão se deslocando dentro da própria Mata Atlântica ou porque vão e vêm em viagens bem mais longas, às vezes até entre hemisférios. Sorte dos observadores, que de tempos em tempos podem encontrar verdadeiras joias raras circulando entre skatistas e bikers. Em 2015, por exemplo, o martinho (Chloroceryle aenea) foi avistado na área, assim como o azulinho (Cyanoloxia glaucocaerulea). Os lagos do parque também estão cheios de aves aquáticas, algumas delas exóticas, outras bem brasileiras (e não é impossível que apareçam algumas visitantes do extremo norte na primavera ou no outono). Portanto, se você é paulistano (de nascença ou de adoção, tanto faz), #ficadica: corre pro Ibira.

Lago do Ibirapuera – Foto Zé Edu
Mergulhão-caçador – Foto Zé Edu
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Passarinhadas em maio no Sudeste, Nordeste e Sul http://brasildasaves.com.br/2015/04/16/observacao-de-aves-em-maio-sudeste-nordeste-sul/ Thu, 16 Apr 2015 20:18:01 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7131
Pica-pau-dourado – Foto Zé Edu Camargo

Aos poucos o turismo de observação vai se firmando e ganhando corpo no Brasil. Além de hotéis especializados, já começam a surgir roteiros de fim de semana ou nos feriados prolongados em bons destinos de birding. No começo de maio há boas opções em três regiões do Brasil. No alto da Serra da Mantiqueira, a RPPN Alto Montana tem muitas espécies raras. É uma boa opção para quem está em São Paulo, no Rio ou em Minas. No Sul, a migração do papagaio-charão e as espécies endêmicas de Mata Atlântica são as atrações de um roteiro em Urupema, Santa Catarina. E na Chapada do Araripe (CE) as aves da caatinga são a grande atração – e também a chance de ver o raro e ameaçado soldadinho-do-araripe. As informações sobre os roteiros estão nos cartazes aí embaixo.

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​Parque do Viruá: megadiversão na Amazônia http://brasildasaves.com.br/2014/12/17/%e2%80%8bparque-do-virua-amazonia/ http://brasildasaves.com.br/2014/12/17/%e2%80%8bparque-do-virua-amazonia/#comments Wed, 17 Dec 2014 14:38:59 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7074
Pica-pau-amarelo – Foto: Zé Edu Camargo
O trocadilho no título aí em cima é um pouco infame. Mas dá a medida da emoção que um observador de aves pode experimentar em uma área com megadiversidade (de fauna e flora) da Amazônia brasileira. O Parque Nacional do Viruá, em Roraima, é um dos hotspots com mais potencial de crescimento para a observação de aves na América do Sul. Motivos não faltam: são mais de 500 espécies de aves já catalogadas na área. Com floresta de terra firme, floresta de várzea, campinas e lavrados em sua área, o parque abriga raridades e espécies ameaçadas.
Chora-chuva-de-asa-branca – Foto: Zé Edu Camargo
Ariramba-de-cauda-verde – Foto: Zé Edu Camargo
Aos poucos os observadores têm descoberto essa joia. De Boa Vista (capital do estado, onde está o aeroporto mais próximo) são pouco mais de duzentos quilômetros de asfalto em boas condições até a entrada do parque. Desntro da área, muitos dos principais locais de observação têm acesso muito fácil, graças a um fato inusitado: uma estrada que leva a lugar nenhum. A Estrada Perdida, como é chamada, é um trecho abandonado da rodovia que liga Boa Vista a Manaus. Após algumas dezenas de quilômetros, os engenheiros desisitiram do trajeto (graças às dificuldades com baixios e áreas alagáveis) e procuraram outro caminho para a rodovia. Assim, o trecho construído (mas não asfaltado) foi abandonado e, mais tarde, inbcorporado pelo parque Nacional.
Araracangas – Foto: Zé Edu Camargo
Rabo-de-arame – Foto: Zé Edu Camargo
Mas nem só na Estrada Perdida é que se podem encontrar aves interessantes. As margens dos rios que cortam o parque, como o Baruana, e as florestas de terra firme nos arredores da sede também são ótimos pontos.
Uma das estrelas do lugar é uma espécie que pode ser vista até com relativa facilidade (ainda mais se comparado a outros lugares no Brasil e na Venezuela onde ela ocorre): o formigueiro-de-yapacana (Aprositornis disjuncta). Mas há muitas outras, como o rabo-de-arame (Pipra filicauda) e a ariramba-de-cauda-verde (Galbula galbula). Também há muitas aves migratórias, o que torna cada viagem ao Viruá uma surpresa.
Formigueiro-de-yapacana – Foto: Zé Edu Camargo
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A nova torre do Jardim Botânico de Manaus http://brasildasaves.com.br/2014/09/19/a-nova-torre-do-jardim-botanico-de-manaus-birdwatching-amazonia/ http://brasildasaves.com.br/2014/09/19/a-nova-torre-do-jardim-botanico-de-manaus-birdwatching-amazonia/#comments Fri, 19 Sep 2014 17:40:54 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7057
Nascer do sol no alto da torre – Foto: Zé Edu Camargo

Uma área de mata conservada, com 100 km2, no coração da Amazônia, já seria um lugar interessante o suficiente para os observadores de aves. Mas a reserva Ducke (onde fica o Jardim Botânico de Manaus) vai além: nos limites do perímetro urbano da capital do Amazonas, ela tem fácil acesso. E agora permite aos birders uma experiência que só alguns hotéis de selva ofereciam: uma torre novinha, acima da copa das árvores.

Na Amazônia, torres de observação mostram-se imprescindíveis. Como o dossel da floresta (a copa das árvores) é o habitat mais rico para aves e diversos outros animais, o birding é muito limitado no nível do chão. Uma torre como a de Manaus é ouro puro, ainda mais instalada em uma reserva de mata enorme como a Ducke. E o efeito será sentido não só entre os birders, mas também no número de registros novos e (por que não?) inéditos. Além de permitir a iniciação de um grande número de novos observadores locais. Por fim, também vai trazer aos observadores de outros lugares do país e do exterior uma opção que Manaus ainda não tinha.  Para conhecer a nova torre o ideal é marcar com antecedência com um guia autorizado pelo MUSA (Museu da Amazônia, que administra o Jardim Botânico).

Observadores podem conseguir autorização para entrar mais cedo (os visitantes comuns formam grupos para visitas guiadas a partir de 8h). A bióloga Marina Maximiano (marimaxbio@gmail.com) é um dos guias do museu que pode levar observadores à torre.

Saíra-negaça – Foto: Zé Edu Camargo
Arapaçu-galinha – Foto: Zé Edu Camargo
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