Pesquisa – Brasil das Aves http://brasildasaves.com.br Tudo sobre a observação de aves (birdwatching) no país Thu, 24 Nov 2016 04:04:27 +0000 en-US hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.6 https://i0.wp.com/brasildasaves.com.br/wp-content/uploads/2012/01/cropped-Ita39-1.jpg?fit=32%2C32 Pesquisa – Brasil das Aves http://brasildasaves.com.br 32 32 137729982 Expedição vai em busca de espécie desaparecida http://brasildasaves.com.br/2016/10/07/calyptura-cristata-tiete-de-coroa-especie-desaparecida/ http://brasildasaves.com.br/2016/10/07/calyptura-cristata-tiete-de-coroa-especie-desaparecida/#respond Fri, 07 Oct 2016 12:23:03 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7414
Tietê-de-coroa (Calyptura cristata) – Ilustração: William John Swainson/Reprodução

Calyptura cristata. Este é o nome científico do tietê-de-coroa, uma pequena ave da Mata Atlântica que ficou muito tempo desaparecida, foi avistada por ornitólogos em 1996 e sumiu novamente sem deixar rastros.Pouco se conhece sobre o comportamento, habitat e outras características desta espécie. Há algumas dezenas de peles (aves coletadas por pesquisadores) em museus pelo mundo, todas do século XIX nas matas do estado do Rio de Janeiro. Nem mesmo a vocalização dela é conhecida. Todos estes fatores tornaram a Calyptura cristata uma espécie de Santo Graal dos ornitólogos e observadores brasileiros (e estrangeiros também).

Agora, uma expedição liderada pelos pesquisadores do Observatório de Aves do Instituto Butantan pretende encontrar a espécie, em uma área pouco explorada da região central do estado do Rio. Serão duas expedições na verdade, uma em outubro e a outra no começo de 2017. A iniciativa tem o apoio com o apoio da American Bird Conservancy (ABC), especialista em conservação de aves e dos seus habitats nas Américas, e do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea).

“Além de buscar uma espécie enigmática, é uma maneira de chamar a atenção para as ameaças que espécies endêmicas do Brasil vêm sofrendo, principalmente pela perda de habitat”, diz Luciano Lima, idealizador do projeto e ornitólogo do Observatório.

Para acompanhar a aventura, visite a página da expedição no Facebook

Exemplares de tietê-de-coroa (Calyptura_cristata) em uma coleção da Europa – Foto: Luciano Lima
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Pesquisadores de programa de conservação das antas fotografam ave muito rara da Mata Atlântica http://brasildasaves.com.br/2016/01/28/pesquisadores-de-programa-de-conservacao-das-antas-fotografam-ave-muito-rara-da-mata-atlantica/ http://brasildasaves.com.br/2016/01/28/pesquisadores-de-programa-de-conservacao-das-antas-fotografam-ave-muito-rara-da-mata-atlantica/#comments Thu, 28 Jan 2016 12:12:37 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7356
Jacu-estalo da Mata Atlântica capixaba (a subespécie Neomorphus geoffroyi dulcis ) – Foto: Projeto Pró-Tapir

O jacu-estalo é uma lenda viva. Ave muito arredia, vive em trechos densos de mata e dificilmente se deixa notar. Mas quando se fala do jacu-estalo da Mata Atlântica capixaba (a subespécie Neomorphus geoffroyi dulcis ) a associação mais correta é com um pequeno fantasma. Seus registros são raríssimos – e devem ser comemorados, pois provam o bom estado de conservação da floresta. No final do ano passado, um desses encontros com o jacu-estalo aconteceu em Linhares, no norte do Espírito Santo. O fantasminha foi registrado por uma armadilha fotográfica do projeto Pró-Tapir, que trabalha com o estudo e proteção das antas em algumas unidades de conservação locais. Acompanhe agora uma entrevista com a pesquisadora Andressa Gatti sobre esse encontro e o belo projeto desenvolvido pelo Pró-Tapir:

Blog: Qual a sensação de registrar uma espécie tão rara e arredia como o jacu-estalo na Mata Atlântica? Como foi feita esta foto?

Andressa Gatti: É uma sensação indescritível, uma mistura de felicidade, espanto, orgulho e surpresa! Saber que a Mata Atlântica ainda pode abrigar uma espécie tão rara e ameaçada, nos faz acreditar que há esperança e nos torna mais responsáveis por gritar a todos que é preciso parar de agredir nossas matas e todas as espécies que vivem nelas. Ter estado algumas vezes no mesmo local onde o enigmático jacu-estalo foi registrado, é de arrepiar! E mais. Saber que nosso trabalho de conservação com o maior mamífero terrestre brasileiro – a anta – pode ajudar a proteger tantas outras espécies, nos dá ainda mais a certeza que estamos no caminho certo e que realmente vale a pena trabalhar para a conservação das espécies!

E como foi que tivemos a sorte de registrar essa raridade? Nós iniciamos um novo monitoramento com armadilhas fotográficas, no grande bloco florestal Linhares/Sooretama, em janeiro de 2015. Nosso principal objetivo é reunir informações sobre a ecologia da anta, Tapirus terrestris, e de outros mamíferos também ameaçados de extinção, como o queixada (Tayassu pecari) e o cateto (Pecari tajacu). Nossa felicidade é que com esses modernos equipamentos, temos registrado tantas outras espécies da mastofauna e avifauna.

Só fomos entender a verdadeira preciosidade que tínhamos em mãos, quando nossos amigos Gustavo Magnago e Letícia Belgi Bissoli identificaram a espécie para nós. Há um tempo eles nos tinham questionado se não havíamos feito algum registro do jacu-estalo anteriormente. E, finalmente, quando menos esperávamos, lá estava ele! Uma ave que motivou e motiva tantos apaixonados pela ornitologia e observação de aves. E posso dizer que ela motiva também todos nós que trabalhamos pela proteção da nossa biodiversidade.

Anta (Tapirus terrestris) Foto: Gustavo Magnago

Blog: O Projeto Pró-tapir tem como objetivo a conservação das antas em reservas do Espírito Santo. Quais são as condições que a espécie encontra hoje no estado? Quais são os desafios?

Andressa Gatti: A espécie está em perigo de extinção em nosso Estado. Atualmente existem apenas sete áreas naturais protegidas no norte do estado do Espírito Santo onde ainda há a presença da anta. O Pró-Tapir atua em seis dessas áreas. Quatro dessas unidades de conservação estão localizadas nos municípios de Linhares e Sooretama, a Reserva Biológica de Sooretama (RBS), a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Recanto das Antas, a RPPN Mutum-Preto e a Fazenda Cupido & Refúgio (FCR), que em conjunto podem permitir a sobrevivência da espécie, em longo prazo. Contudo, nesses locais ainda ocorrem muitas ameaças que podem resultar no desaparecimento das antas.

O complexo florestal situado em Linhares/Sooretama, uma das três áreas que ainda podem manter populações viáveis da espécie, ainda apresenta muitas ameaças que podem aumentar o risco de extinção das populações locais, além de outras características da região: (1) caça frequente, inclusive na Reserva Biológica de Sooretama; (2) atropelamentos, principalmente na BR-101 que divide a Reserva Biológica de Sooretama; (3) presença de conflitos entre a população humana e as antas, devido à perda econômica que, geralmente, causam aos agricultores; (4) a paisagem da região é única, heterogênea, onde se encontram quatro áreas protegidas inseridas em um mosaico de diferentes agriculturas e configuração espacial.

Um cenário preocupante também ocorre nas Reservas Biológicas Córrego do Veado e Córrego Grande, localizadas no município de Pinheiros e Pedro Canário, respectivamente. Nestas áreas, ainda há a presença da anta, mas a sobrevivência das populações é incerta em longo prazo, uma vez que estão reduzidas e também isoladas.

O “Pró-Tapir: Monitoramento e Proteção das antas da Mata Atlântica Capixaba” propõe a elaboração de um conjunto específico de recomendações para a conservação da anta e das florestas, bem como promover a manutenção das populações desta espécie no Espírito Santo, por meio de pesquisas científicas. O programa possui uma abordagem multidisciplinar sustentada por quatro linhas temáticas gerais: Ecologia, Genética, Saúde Ambiental e Sensibilização/Difusão Científica.

Blog: Como observadores e outros cidadãos podem contribuir com a conservação nesta região tão importante para a Mata Atlântica como um todo? 

Andressa Gatti: Primeiro é preciso que todos saibam da existência dessa região tão importante e que ela é responsável pela manutenção de diversas populações de espécies da fauna e flora da Mata Atlântica capixaba.

Como as áreas onde o Pró-Tapir atua estão próximos a rodovias e estradas, e como a anta e outros animais podem percorrer grandes distâncias, é necessário que os cidadãos respeitem a velocidade nas rodovias, evitando assim que mais indivíduos sejam mortos por atropelamentos. No ano de 2014 e do início de 2015 perdemos três indivíduos de anta, sendo que um deles, uma fêmea, estava prenhe. O risco é altíssimo não só para antas, mas também para tantas outras espécies que habitam aquela região, e obviamente, para os condutores, que podem colocar suas vidas em risco com o impacto do atropelamento de um animal tão grande.

Outra ameaça, a caça, ainda é uma atividade comum na região, mesmo sendo ilegal. O mais crítico é que a caça é uma atividade focada no comércio ilegal de carne, o que torna a atividade algo muito lucrativo para quem caça. É importante que as pessoas parem de comprar carne de caça e que a caça seja erradicada, mas ainda temos uma longa caminhada para que isso, de fato, acabe. Práticas como o desmatamento e queimadas também devem ser evitadas, pois destroem o habitat, ou seja, o espaço onde a espécie vive e se desenvolve.

Difundir essas informações entre todos é o ponto central da história. O principal meio de ajudar na conservação das espécies é fazer a população entender que seus atos podem afetar a sobrevivência dessas espécies direta ou indiretamente. Nós pesquisadores e cientistas não vamos mudar o mundo sozinhos. Precisamos do apoio de pessoas engajadas na proteção da biodiversidade. Então, todos podem ajudar, divulgando e convencendo seus amigos da importância da fauna e flora, apoiando os projetos de conservação, difundindo informações entre pesquisadores de diferentes áreas de atuação. Existem várias formas de contribuir, mas a principal é de se conscientizar que com pequenos atos, como respeitar as leis, ou diminuir a velocidade nas rodovias próximas a áreas protegidas, já faz uma grande diferença.

E sabe o que é mais fascinante? A busca pelo maior mamífero terrestre brasileiro tem nos revelado histórias fantásticas sobre outras espécies que ainda pouco conhecemos. A anta, uma amiga de peso, ajudando na conservação de espécies raras e pequenas como a do jacu-estalo e, ele, por sua vez, só nos mostra o quanto a biodiversidade está conectada!

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Museu de Zoologia da USP reabre a exposição permanente http://brasildasaves.com.br/2015/09/04/museu-de-zoologia-da-usp-exposicao-biodiversidade-conhecer-para-preservar/ http://brasildasaves.com.br/2015/09/04/museu-de-zoologia-da-usp-exposicao-biodiversidade-conhecer-para-preservar/#comments Fri, 04 Sep 2015 19:24:02 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=7268
Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo

Os brasileiros acabam de recuperar uma joia. A exposição de longa duração do Museu de Zoologia, em São Paulo, está de volta em grande estilo, com o título Biodiversidade: Conhecer Para Preservar. São animais taxidermizados, réplicas de fósseis e coleções de insetos que contam muito sobre a nossa história evolutiva e nossos biomas. As crianças, especialmente, vão adorar. Um dos destaques é o mapa da cidade com os animais que ocupavam as suas áreas antes da expansão da mancha urbana (muitos desses bichos ainda resistem nos nossos parques). As réplicas de fósseis também chamam a atenção. E, para os observadores de aves, há uma boa mostra da imensa coleção do museu. Um programa para toda a família. Mais informações pelo site: http://www.mz.usp.br

Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo
Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo
Exposição Biodiversidade: Conhecer Para Preservar – Foto: Zé Edu Camargo

 

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Soldadinho-do-Araripe pede água! http://brasildasaves.com.br/2013/07/16/soldadinho-do-araripe-pede-agua/ http://brasildasaves.com.br/2013/07/16/soldadinho-do-araripe-pede-agua/#comments Tue, 16 Jul 2013 17:47:27 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=6869

Por Weber Girão (Projeto Soldadinho-do-araripe e Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos – Aquasis) e Ciro Albano (NE Brazil Birding)

No centro da região mais árida do Brasil existe um verdadeiro oásis – o vale do Cariri cearense, lugar que impressiona pela quantidade de fontes d’água, além da exuberância de verde, contrastante com a caatinga que perde as folhas na seca. Este vale ocupa menos de um décimo das encostas da Chapada do Araripe, cujos aquíferos subterrâneos abastecem mais de cem fontes que representam quase 80% da vazão d’água que ressurge em todas as suas vertentes. Nesta paisagem única, a seleção natural preparou uma verdadeira joia viva e exclusiva dali, um pássaro de coloração branca, negra e vermelha conhecido no mundo inteiro, o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni). Além de se alimentar e reproduzir na vegetação úmida, que legalmente é considerada como Mata Atlântica, costuma fazer seus ninhos sobre os córregos, banhando-se ao amanhecer e no final das tardes.

No princípio do século XIX, o botânico escocês George Gardner esteve na região e ajudou a revelar o rico patrimônio paleontológico da Chapada do Araripe, além de descrever plantas e narrar sua árdua jornada pelo País. Maledicente e preconceituoso, Gardner acentuou seu mau humor ao atravessar o tórrido sertão do Ceará, no entanto, após um banho nos rios habitados pelo soldadinho-do-araripe, descreveu a paisagem como um poeta, tocado pela emoção de tamanha preciosidade. Descoberto por cientistas somente em 1996, o soldadinho-do-araripe saiu do anonimato e atualmente simboliza todo este patrimônio natural para a sociedade. Sua imagem figura nos principais eventos ambientais e culturais da região, em um fenômeno que o classifica como “espécie-bandeira”, pois sua conservação significa a manutenção da qualidade de vida das pessoas através do uso sustentável dos recursos naturais.

Caso vivesse nos tempos atuais, Gardner poderia praguejar bastante ao ver a forma como estamos cuidando da paisagem que tanto o encantou. Em determinadas fontes, a pressão gerada pelo crescimento urbano desordenado e agricultura insustentável tem aprisionado as águas das fontes em canos, desde suas nascentes, contrariando a proteção às Áreas de Preservação Permanente previstas em lei. Até o soldadinho-do-araripe parece desolado ao se deparar com caixas de alvenaria acorrentadas no meio da mata. Para mitigar o problema, a sociedade tem discutido sobre como evitar a extinção do pássaro ameaçado, especialmente através do Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação do soldadinho-do-araripe, documento oficial do governo brasileiro que celebra um acordo entre diversos atores locais, sendo prevista uma reunião de monitoria para setembro deste ano.

Entre dezenas de compromissos assumidos no documento, destaca-se a criação de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral para proteção das águas, e consequentemente, do pássaro e de tudo o que representa. Esta recomendação já constava na descrição da espécie, publicada em uma revista científica de 1998, sendo repetida e aperfeiçoada nos estudos voltados à gestão que antecederam o PAN do soldadinho-do-araripe. Em 2007 foi protocolado o processo de criação junto ao Ibama, que naquele ano foi dividido e deu origem ao Instituto Chico Mendes. Existe esperança de que esta Unidade se torne realidade em tempo hábil, no entanto, em estratégia paralela, um grupo de entidades parceiras busca o reconhecimento de um mosaico de áreas protegidas. Este esforço pode ser a gota d’água para transbordar uma década de empenho na conservação do soldadinho-do-araripe.

Saiba mais sobre o projeto de conservação do soldadinho-do-araripe clicando aqui.

Soldadinho-do-araripe - Foto: Ciro Albano
Soldadinho-do-araripe – Foto: Ciro Albano

 

 

 

 

 

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Levantamento de avifauna, um trabalho fundamental http://brasildasaves.com.br/2012/10/18/levantamento-de-avifauna-um-trabalho-fundamental/ http://brasildasaves.com.br/2012/10/18/levantamento-de-avifauna-um-trabalho-fundamental/#comments Thu, 18 Oct 2012 14:38:17 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=5702  

A rede de neblina ajuda na captura de espécimes para pesquisa

Pesquisa científica e conservação sempre andaram juntas. Entender as interações de fauna e flora é fundamental para o planejamento das ações em qualquer unidade, de uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) a um parque nacional. O levantamento de avifauna está na base dessas ações. O pesquisador Paulo de Tarso Zuquim Antas e sua equipe realizam projetos assim por todo o país. O blog acompanhou um dia de trabalho dos pesquisadores em uma unidade de conservação mantida pela empresa Fibria em Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia. A área está em processo de tornar-se uma RPPN, e guarda uma boa porção de Mata Atlântica em ótimo estado de conservação. Entre outras aves, vive ali o Glaucis dohrnii, ou balança-rabo-canela, um pequeno beija-flor muito raro. Um outro trabalho, em paralelo, tenta analisar conectividade entre dois fragmentos florestais através de uma plantação de eucalipto.

A rotina dos pesquisadores é pesada, movida a muita paciência, atenção e entusiasmo. O dia começa muito antes de o sol nascer – quando as primeiras luzes aparecem, as redes de neblina já estão instaladas em pontos estratégicos. Estas redes têm malhas finíssimas, de um material leve e macio, para não machucar as aves. De tempos em tempos, os pesquisadores se dividem para examinar as redes e coletar os espécimes que caíram nelas. Eles são pesados, medidos, recebem a marcação de uma anilha e em seguida voltam para a natureza. Esse processo leva alguns dias e é repetido todos os anos. Os resultados, com o tempo, mostram não só a composição da avifauna na área, mas também revelam muito sobre comportamento. A seguir, uma entrevista com o pesquisador Paulo de Tarso Zuquim Antas, falando um  pouco mais sobre este trabalho fundamental e também sobre a importante área de conservação da Mata Atlântica.

Blog: Quais são os objetivos do trabalho realizado na futura RPPN Esperança do Beija-flor?

Paulo de Tarso: Duas questões centrais vinculadas à conservação da biodiversidade na Mata Atlântica estão sendo abordadas no trabalho realizado na futura RPPN e seu entorno. A primeira delas corresponde à dinâmica das comunidades nativas dentro do fragmento principal, onde está delimitada a futura RPPN. Apesar de seu tamanho, cerca de 1.700 ha, esse fragmento estava isolado fisicamente dos demais na região antes da aquisição pela Fibria, por estar envolvido por pastagens plantadas. Pastagens e outros ambientes abertos são evitados por uma série de espécies florestais de animais, incluindo diversas aves. Esse comportamento foi adquirido ao longo da evolução dentro de um ecossistema de mata contínua. Tais espécies evitam cruzar ambientes não florestais, porque esses não oferecem recursos necessários para a vida do indivíduo ou possivelmente para evitar predadores.

Quando a floresta era contínua, ao se deparar com uma clareira essas espécies simplesmente contornavam a área aberta no interior da mata e continuavam seu deslocamento. Isso acontece ainda hoje em matas como na Bacia Amazônica ou nos grandes maciços contínuos de Mata Atlântica da Serra do Mar em São Paulo por exemplo.

Ao fragmentarmos o ambiente florestal, envolvendo os remanescentes com pastagens e sistemas agrícolas não florestais, ele transforma-se em um sistema de ilhas isoladas entre si, cada uma portando um conjunto de indivíduos. As populações das espécies que não cruzam ambientes abertos mantêm-se como náufragos nessas ilhas, sem meios para atravessar o oceano. O resultado é o aumento de cruzamentos entre indivíduos cada vez mais aparentados, ocasionando perda da variabilidade genética da população, números de reprodutores insuficientes para manter populações viáveis e alta sensibilidade a variações climáticas pontuais, capazes de levar à extinção as populações isoladas. Ocorre uma erosão lenta da biodiversidade, muitas vezes despercebida por ocorrer em  escala temporal de dezenas de anos.

O trabalho no interior do fragmento, feito pela Funatura (Fundação Pró-Natureza, uma ong sem fins lucrativos com sede em Brasília e atuação em todo o país) com o apoio da área de Meio Ambiente Florestal da Fibria, visa verificar a saúde populacional das espécies florestais, com ênfase naquelas já consideradas ameaçadas, raras e as exclusivas (endêmicas) do bioma Mata Atlântica. Conforme problemas são detectados, sugerir medidas capazes de evitar essa perda de biodiversidade.

Além de avaliar esses parâmetros, uma das medidas para reduzir o risco de perda de espécies é aumentar a conectividade das populações entre os fragmentos em escala regional. Para isso está sendo realizado, em conjunto com o Centro de Tecnologia da Fibria, um estudo usando corredores de eucalipto com sub-bosque adensado de vegetação nativa.

Nesse experimento foram deixadas faixas de plantio de eucalipto com pelo menos 120m de largura e 800m ou mais de comprimento sem serem colhidas em pontos estratégicos no entorno da RPPN e ligando-a a outros fragmentos. Implantado há 3 anos, quando da colheita da madeira dos talhões vizinhos, esses corredores mantiveram-se como faixas de floresta enquanto o novo ciclo de crescimento do plantio de eucalipto estava em seu início.

Para verificar a efetividade do uso desses corredores foram usadas as espécies florestais de aves presentes em toda a sua extensão. Um dos registros mais importantes foi a captura em rede ornitológica de um beija-flor Glaucis dohrnii, espécie endêmica da Mata Atlântica e ameaçada, no interior do corredor, a 400m da borda da mata mais próxima.

Em 2011 foi associado um novo experimento nesses corredores, com o plantio de mudas de árvores nativas em áreas onde a vegetação nativa estava com baixa implantação. Essa intervenção visa efetuar o maior adensamento dos estratos inferior e médio nesses locais dentro do corredor, para avaliação quando da próxima colheita da madeira dos talhões comerciais vizinhos em 2014.

Também foi iniciado um estudo avaliando o papel das Áreas de Preservação Permanente (APP) com vegetação nativa nessa conectividade regional desde a RPPN.

Blog: Há quanto tempo os estudos são realizados?

Paulo de Tarso: Os trabalhos começaram em março de 2002, no início dos plantios de eucalipto em toda a área do entorno, substituindo as pastagens da antiga fazenda de pecuária.

Blog: Já existem resultados?

Paulo de Tarso: Na questão de conectividade, os resultados mostraram o uso dos corredores de eucalipto deixados para esse fim. Além do beija-flor florestal, outras 4 espécies florestais foram detectadas em seu interior pelas redes. Uma quinta espécie florestal colonizou o fragmento menor na borda oposta do corredor em relação à RPPN, também mostrando o uso do mesmo após seu estabelecimento.

O anilhamento dos beija-flores já possibilita estimar sua população no local ao redor de 100 indivíduos. Essa é a primeira estimativa populacional para a espécie, bem como são coletados dados inéditos sobre a sua biologia e ecologia básica, ainda pouco conhecidas . São informações fundamentais para a sua conservação no local e em outros pontos de ocorrência.

Blog: Como a área da RPPN pode ser qualificada?

Paulo de Tarso: É um fragmento de Mata Atlântica de baixada, uma floresta ombrófila densa. Parte da área está em franco processo de recuperação depois de ter passado por extração madeireira ampla até os anos de 1980. A proteção das suas bordas dos efeitos dessecantes de vento e insolação direta, através da substituição de pastagens por plantios de eucalipto, auxiliou e acelerou essa recomposição desde 2002

Blog: Qual a sua importância para o bioma Mata Atlântica e para a região em que está inserida?

Paulo de Tarso: A RPPN é o principal fragmento de Mata Atlântica de tabuleiro na região entre o rio Jucuruçu e a divisa com o estado do Espírito Santo. Sua importância para a conservação da biodiversidade regional é patente, também sendo de grande significado para o bioma como um todo. O fato de abranger uma mata estruturada em terreno plano, de baixada, já é significativo por si só pela raridade dessa formação ter ficado intacta. Nas áreas planas o desmatamento foi mais intenso pela facilidade de acesso do que em regiões montanhosas. O conjunto de espécies detectadas de aves, mamíferos e flora demonstra ainda mais essa importância.

Blog: Além do Glaucis dohrnii, que outras aves ameaçadas estão presentes na reserva?

Paulo de Tarso: A lista total de espécies é de 237 aves, das quais 27 (11% do total) constam em pelo menos uma das três listagens de ameaçadas: brasileira (Ministério do Meio Ambiente), internacional (União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) ou do Espírito Santo (Secretaria do Meio Ambiente). Como a Bahia ainda não elaborou uma lista estadual e até o rio Jequitinhonha (mais ao norte de onde trabalhamos) há uma identidade biogeográfica do Espírito Santo com o extremo sul baiano, a lista capixaba serve de referência.

Também estão presentes 17 aves (7% do total) consideradas raras na natureza naturalmente ou por efeito da ação humana, bem como 24 (10%) de espécies exclusivas da Mata Atlântica.

Essas listas são exclusivas e hierarquizadas, isto é, se uma ave consta da lista de ameaçadas e é endêmica da Mata Atlântica, ela é contada somente como ameaçada. O mesmo nas demais categorias. Desse modo, se somamos os três contingentes a futura RPPN apresenta 68 espécies de alta relevância para a conservação. Esse total significa 29% da listagem completa, mostrando sua significância no panorama regional e nacional de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica.

Tangara seledon, ou saíra-sete-cores, uma das aves estudadas na região
O trabalho dos pesquisadores se inicia antes do sol nascer
Dados do ambiente também são coletados
As aves recebem uma anilha com marcação, depois são soltas

 

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A ave mais bonita do Brasil http://brasildasaves.com.br/2012/08/25/a-ave-mais-bonita-do-brasil/ http://brasildasaves.com.br/2012/08/25/a-ave-mais-bonita-do-brasil/#comments Sat, 25 Aug 2012 22:55:26 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=5092
Crejoá (Cotinga maculata). Foto de Ciro Albano – NE Brazil Birding

«Beauty is truth, truth beauty,» —  that is all
Ye know on earth, and all ye need to know. 

“Beleza é a verdade, a verdade a beleza”- É tudo o que há para saber, e nada mais. Os versos de John Keats (em uma tradução de Augusto de Campos) me vieram à mente enquanto eu acompanhava a apresentação do pesquisador Fernando Straube, no último Avistar Talks, em São Paulo. O tema era “O Poder da Beleza”. Straube mostrava algumas características das aves que nos chamavam a atenção, como as cores e formatos. A ideia era despertar o público para a questão: “o que nos faz achar que uma ave é bela?”. A certa altura, ele mencionou uma enquete que havia feito com ornitólogos, observadores e fotógrafos que conheciam bem a avifauna brasileira. A pergunta era: “Quais são as cinco aves mais bonitas do Brasil?”. Assim, a seco, sem explicação. E os resultados foram surpreendentes.

Participaram da enquete 32 pessoas, de várias regiões do país e até do exterior. Straube computou os dados após receber as respostas. Uma delas veio em branco, com um recado curto e direto: “Não vou responder, pois essa enquete não faz sentido!”. Alguns disseram que só votaram nas aves que já haviam observado na natureza. Outros relacionaram as aves sem nenhuma explicação. Não era preciso colocar uma ordem de preferência entre as cinco votadas.

Computados os votos, uma primeira surpresa. Nada menos do que 127 espécies (das 1832 na lista brasileira do CBRO) receberam votos. Destas 99 receberam um único voto. Ou seja, a falta de convergência entre os votantes foi grande – mostrando a diversidade de opiniões quanto ao que é a beleza na avifauna. Por fim destacou-se uma ave que poderíamos chamar de vencedora: o crejoá (Cotinga maculata), espécie da Mata Atlântica que só tem registros recentes no sul da Bahia. Ela teve 10 votos. Na sequência, vieram o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus), com 9 votos, o galo-da-serra (Rupicola rupicola), com 7 votos, e o pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa), com 5 votos. Daí para baixo havia alguns empates. “Deu para perceber que nem só características físicas da ave contaram na escolha, mas também a dificuldade de observação e até o status de conservação”, diz Fernando Straube.

De todo modo, fica uma conclusão. Estamos bem servidos quanto à beleza das nossas aves, já que nem mesmo os conhecedores conseguem escolher poucas espécies. Sorte de quem observa aves por aqui. Sorte de quem pode ainda ver o crejoá, o galo-da-serra, o soldadinho-do-araripe livres na natureza. E o título deste post é só uma provocação, claro. Tente eleger as suas cinco aves mais bonitas do Brasil, mesmo que isso não faça sentido. Beleza é a verdade.

Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa). Foto de Ciro Albano – NE Brazil Birding

Soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanii). Foto de Ciro Albano – NE Brazil Birding
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O mercado de turismo e a observação de aves http://brasildasaves.com.br/2012/08/06/o-mercado-de-turismo-e-a-observacao-de-aves/ http://brasildasaves.com.br/2012/08/06/o-mercado-de-turismo-e-a-observacao-de-aves/#comments Mon, 06 Aug 2012 22:35:59 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=4652

Apenas alguns anos atrás, era coisa de doido imaginar um mercado para o birding no Brasil. Atividade antiquíssima na Europa e na América do Norte, a observação de aves engatinhava por aqui. Contavam-se nos dedos os hotéis com alguma estrutura e os guias especializados. Apenas para comparação, dados de 2006 do U.S. Fish & Wildlife Service apontavam que o birdwatching gerava uma contribuição de US$ 36 bilhões à economia norte-americana. Aqui, no entanto, tudo parecia mal parado.

Mas apenas parecia. O birding avançou cinquenta anos nos últimos cinco. E as comprovações começam a aparecer. Com números, inclusive. Os primeiros resultados do Censo Brasileiro de Observação de Aves traz resultados surpreendentes. Promovido pela Avistur com o apoio de outras entidades, ele foi dividido em dois: um censo para birders e outro para hotéis/destinos. É neste último que estão as boas surpresas.

Quem esteve na feira Avistar este ano em São Paulo ou no Rio percebeu a grande presença de cidades turísticas divulgando seus locais de birding. O Censo vem confirmar o surgimento dessas estruturas específicas. Foram 500 respostas. Ou seja, 500 estabelecimentos que têm alguma relação com a atividade, um número excelente. Você pode conferir todos os resultados aqui, mas vamos destacar alguns pontos.

Dois terços dos estabelecimentos consultados já receberam observadores de aves. E 25% deles começaram na atividade nos dois últimos anos (2010 e 2011), um crescimento fantástico. Quase metade são pousadas, que associam o birding à hospedagem. E a maioria começou a receber birders depois de convidar pesquisadores/fotógrafos/guias para conhecer o local. Aqui vale um parêntese. Apesar desse número, nem só de ações isoladas vive a divulgação do birding. A Associação de Hotéis Roteiros de Charme organizou este ano entre seus associados uma iniciativa para promover a atividade – deve publicar em breve em seu site uma área só para o birding, com a lista de aves de cada hotel participante.

Conclusão, começamos a ter um mercado de turismo de observação de aves no Brasil. E ele cresce a taxas chinesas. Um turismo sustentável, que exige áreas conservadas – e gera recursos para a conservação. Nada melhor.

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Os incríveis campos nebulares de São Paulo http://brasildasaves.com.br/2012/04/13/os-incriveis-campos-nebulares-de-sao-paulo/ http://brasildasaves.com.br/2012/04/13/os-incriveis-campos-nebulares-de-sao-paulo/#comments Fri, 13 Apr 2012 16:06:21 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=3292  

Campos nebulares no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Curucutu

São Paulo dos Campos de Piratininga. São Bernardo da Borda do Campo. Os nomes antigos de duas cidades da Grande São Paulo dão a dica da vegetação que cobria boa parte da área antes da ocupação intensiva: os campos, extensões de vegetação baixa, entremeados por brejos e capões de mata, principalmente à beira de córregos e rios. Esse tipo de formação quase desapareceu da grande São Paulo. Quase. Porque ainda sobrevive um trecho de campos, chamados de campos nebulares (por causa da neblina que boa parte do dia, em qualquer época do ano, pode cobrir a região) dentro do município de São Paulo. Fica no pouco conhecido Núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar, em Marsilac, no extremo da Zona Sul da cidade, divisa com os municípios de São Vicente e Itanhaém.

“Imagina, a gente poderia estar andando pela avenida Paulista no século XVI, talvez a paisagem fosse essa”, diz o biólogo Fabio Schunck. Ele faz um monitoramento das aves no Núcleo Curucutu desde 2007, parte de seu plano de mestrado, apoiado pelo pesquisador Luis Fabio Silveira, do Museu de Zoologia da USP. Todos os anos na mesma data, Schunck arma 20 redes de neblina para capturar aves nos campos nebulares. Sua intenção é anilhar uma espécie migratória, a Elaenia chilensis, ou guaracava-de-crista-branca. “Elas passam por aqui sempre na mesma data, capturo os indivíduos, anoto as características biológicas, anilho, fotografo e solto. Depois de poucos dias, elas desaparecem. Ainda não recapturei nenhum exemplar anilhado, mas já anilhei 75 indivíduos. Qualquer hora algum pesquisador captura uma destas guaracavas em outra localidade da América do Sul. Os poucos estudos disponíveis mostram que elas migram do Chile, subindo pela região leste do Brasil até o nordeste, passando pela Caatinga, Cerrado, Amazônia e retornando ao Chile pelos Andes, para se reproduzir. Mas os estudos ainda são inconclusivos”, ele diz.

Além das guaracavas, muitas outras espécies caem nas redes de neblina, desde pequenos beija-flores até aves maiores, como andorinhões, arapongas e araçaris. O Núcleo Curucutu está entre as áreas com a maior diversidade de aves da Serra do Mar, são cerca de 350 espécies registradas até o momento. O parque tem uma trilha aberta à visitação, que leva a um mirante de onde, em dias claros, pode-se ver as cidades de Itanhaém, Monguaguá e Peruíbe, além da Serra da Jureia, a Ilha Queimada Grande e a Laje de Santos. “Em 2006, nessa trilha, avistamos o raro apuim-de-costas-pretas (Touit melanonotus), espécie que era pouco conhecida na época”, conta Schunck. O que torna o parque não só interessante para quem quer conhecer a paisagem original de boa parte da cidade, como também para os observadores de aves.

 

O biólogo Fabio Schunck retira uma ave da rede de neblina. Foto Zé Edu Camargo
Elaenia chilensis, espécie migratória que passa por São Paulo em março. Foto Zé Edu Camargo

Detalhe de um pitiguari anilhado durante o trabalho no Parque Estadual. Foto Zé Edu Camargo.
A neblina é comum durante parte do dia na região dos campos. Foto Zé Edu Camargo
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O Brasil no caminho de um mistério http://brasildasaves.com.br/2012/03/03/o-brasil-no-caminho-de-um-misterio/ http://brasildasaves.com.br/2012/03/03/o-brasil-no-caminho-de-um-misterio/#respond Sat, 03 Mar 2012 20:22:34 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=2901 A tecnologia parece ter esclarecido um dos maiores enigmas da ornitologia norte-americana. A maioria das aves migratórias por lá têm paradeiros e rotas bem documentados. Não era esse o caso de uma espécie de andorinhão chamada Cypseloides niger, ou Black Swift (andorinha-negra, em inglês). Essas aves migram no fim do outono, deixando seus ninhos em paredões de rocha e cachoeiras no estado do Colorado, voltando após o inverno. Mas seu destino nunca foi documentado. Uma reportagem do jornal The Denver Post esta semana, no entanto, diz que o enigma está esclarecido. Esses andorinhões viajam milhares de quilômetros até o… Brasil. Mais especificamente, para um ponto no oeste da Amazônia brasileira. O uso da tecnologia de ponta foi o fator-chave para o sucesso da pesquisa (que deve ser publicada em breve em uma revista de ornitologia): o paradeiro das aves foi decifrado graças a um localizador GPS colocado no corpo de quatro espécimes (dos quais três foram recapturados). A descoberta é importante não só para a ornitologia americana, mas também para a brasileira. Essa tecnologia pode fazer com que a lista nacional de espécies  aumente. Leia a reportagem completa do The Denver Post clicando aqui.

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Esforço para a conservação http://brasildasaves.com.br/2012/02/27/esforco-para-a-conservacao/ http://brasildasaves.com.br/2012/02/27/esforco-para-a-conservacao/#comments Mon, 27 Feb 2012 19:07:55 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=2811 No Brasil e no exterior, pesquisadores e ONGs juntam esforços para a conservação de espécies ameaçadas. O vídeo abaixo mostra uma dessas iniciativas, na África do Sul. A ave em questão é um abutre, o Cape Vulture (a população dessas aves no país não chega a 5 mil indivíduos). No site do projeto é possível saber mais sobre o trabalho. O vídeo mostra um pouco do dia-a-dia dos pesquisadores – eles chegam a “voar” com os abutres, é de tirar o fôlego.

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