Boca do Acre – Brasil das Aves http://brasildasaves.com.br Tudo sobre a observação de aves (birdwatching) no país Thu, 24 Nov 2016 04:11:31 +0000 en-US hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.6 https://i0.wp.com/brasildasaves.com.br/wp-content/uploads/2012/01/cropped-Ita39-1.jpg?fit=32%2C32 Boca do Acre – Brasil das Aves http://brasildasaves.com.br 32 32 137729982 O encontro de duas Amazônias http://brasildasaves.com.br/2012/02/07/o-encontro-de-duas-amazonias/ http://brasildasaves.com.br/2012/02/07/o-encontro-de-duas-amazonias/#comments Tue, 07 Feb 2012 18:13:23 +0000 http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/?p=2401
A campina é uma formação amazônica de mata baixa e capim, que ocorre em meio à floresta. Foto: Mario Cohn-Haft

O título deste post foi roubado. Ou melhor, emprestado. Ele é uma invenção de Mario Cohn-Haft, pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), que participou no fim de 2011 de um levantamento das aves do sul do estado do Amazonas. Mas precisamente, nas cercanias da cidade de Boca do Acre. E por que Encontro de Duas Amazônias? Explico. No imaginário de boa parte dos brasileiros (e nem vou falar dos estrangeiros…) a Amazônia é uma grande extensão de floresta, com árvores do tamanho de prédios, cortada por imensos rios. No entanto, a região guarda um outro cenário pouco conhecido, mas igualmente importante: o das campinas. Campinas são áreas cobertas por vegetação baixa, com algumas árvores esparsas, num quadro que lembra mais o cerrado do Centro-Oeste. Esses campos formam “ilhas” em meio à mata alta, em vários estados da região. Em Boca do Acre, as duas formações (mata e campinas) estão próximas, com acesso por terra – condição difícil de encontrar.

A expedição, na verdade um projeto de pesquisa liderado pela dra. Camila Ribas (também do INPA), teve o apoio do pessoal de duas unidades federais de conservação, as florestas nacionais do Purus e do Iquiri. E o resultado não podia ser mais animador, não só para a ciência, mas também para os observadores de aves. Quase 380 espécies foram identificadas – e a estimativa é de que a região abrigue cerca de 700. Ou seja, mais da metade de todas as aves da Amazônia. Essa diversidade acontece não só pela presença das campinas, mas também de uma outra formação, os ajuntamentos de bambus chamados de tabocais. “A região tem potencial para atrair observadores, em função da diversidade de espécies e também pela possibilidade de avistar algumas aves raras”, diz Mario Cohn-Haft. Entre elas, estão algumas que ainda nem foram descritas pela ciência, como uma espécie de gralha avistada na expedição. Ou algumas já conhecidas, mas de difícil observação, como uma ave da família dos urutaus, o urutau-ferrugem (Nyctibius bracteatus).

Urutau-ferrugem (Nyctibius bracteatus), uma das aves amazônicas de difícil observação encontradas pela expedição a Boca do Acre. Foto Mario Cohn-Haft
Tabocal, uma formação de bambus em meio à mata, rica em avifauna. Foto Mario Cohn-Haft.
A equipe de ornitologia e os moradores da casa que serviu de base de apoio no Rio Inauini (Flona do Purus). Da esquerda para a direita: Gisiane Rodrigues Lima, Laís Araújo Coelho, Dona Nilda, Damião e Cosme, Sr. Fredson (Tom), Mario Cohn-Haft, Claudeir Ferreira Vargas. Foto Ricardo Sampaio.
A equipe de ornitologia em campo. Foto Mario Cohn-Haft.

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