{"id":4852,"date":"2012-08-19T22:48:28","date_gmt":"2012-08-20T01:48:28","guid":{"rendered":"http:\/\/viajeaqui.abril.com.br\/national-geographic\/blog\/brasil-das-aves\/?p=4852"},"modified":"2016-11-24T02:16:35","modified_gmt":"2016-11-24T02:16:35","slug":"birding-nos-tepuis-venezuelanos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/brasildasaves.com.br\/2012\/08\/19\/birding-nos-tepuis-venezuelanos\/","title":{"rendered":"Birding nos tepuis venezuelanos"},"content":{"rendered":"
Regi\u00e3o dos tepuis. Foto de Thiago Laranjeiras.<\/figcaption><\/figure>\n

Voc\u00ea j\u00e1 viu o filme Up, Altas Aventuras<\/strong>? Leu o livro\u00a0O Mundo Perdido<\/strong>, romance de Arthur Conan Doyle? J\u00e1 ouviu falar do Monte Roraima? Ent\u00e3o voc\u00ea deve ter uma ideia do que s\u00e3os os tepuis. Essas forma\u00e7\u00f5es rochosas, em forma de gigantescas mesas, s\u00e3o encontradas no norte do Brasil, na regi\u00e3o da fronteira com a Venezuela e Guiana. As florestas e outras forma\u00e7\u00f5es altas do lado venezuelano foram o destino de Marcelo Camacho e Thiago Laranjeiras em uma expedi\u00e7\u00e3o recente, na qual foram feitos v\u00e1rios registros raros. Atendendo a um pedido meu, Marcelo escreveu um relato, que est\u00e1 a\u00ed embaixo.<\/em><\/p>\n

Passarinhando nos tepuis \u00a0<\/strong><\/p>\n

por Marcelo Camacho<\/em><\/p>\n

A convite do guia de birding Thiago Laranjeiras fui conhecer as aves dos tepuis, na estrada conhecida como La Escalera, na Venezuela. Trata-se de um trecho de uma rodovia que cruza o Parque Nacional Canaima. Chegamos \u00e0 comunidade conhecida como R\u00e1pidos de Kamoiran<\/em>, a 200 km da fronteira com Roraima, onde nos hospedamos, numa tarde no fim de julho.<\/p>\n

Desde o princ\u00edpio, martelava em minha cabe\u00e7a a imagem do L. streptophorus<\/em> (cricri\u00f3-de-cinta-vermelha), que o Thiago havia fotografado em sua viagem anterior. Ap\u00f3s percorrermos os primeiros 30 km, paramos pela primeira vez – e avistamos uma ave na copa de uma \u00e1rvore. De dentro do carro fiz a foto. Era ele! Primeira ave avistada e l\u00e1 estava o bicho. Mas ele logo voou e deixou aquela sensa\u00e7\u00e3o de situa\u00e7\u00e3o mal resolvida. Eu queria v\u00ea-lo mais pr\u00f3ximo. Foi s\u00f3 ent\u00e3o que comecei a pensar em outras esp\u00e9cies, mas sempre com aquele inc\u00f4modo de n\u00e3o saber se o veria novamente.<\/p>\n

No dia seguinte, sa\u00edmos \u00e0s seis da manh\u00e3 para 13 horas muito produtivas de observa\u00e7\u00e3o. Avistamos quatro bandos mistos, com esp\u00e9cies como T. guttata <\/em>(sa\u00edra-pintada), T. xanthogastra <\/em>(sa\u00edra-de-barriga-amarela), T. gyrola <\/em>(sa\u00edra-de-cabe\u00e7a-castanha), T. chilensis<\/em> (sete-cores-da-amaz\u00f4nia), M. oleagineus <\/em>(pipira-oliv\u00e1cea) e T. argentea <\/em>(sa\u00edra-de-cabe\u00e7a-preta).<\/p>\n

Durante boa parte de nossas andan\u00e7as era frequente o canto do S. macconnelli<\/em> (jo\u00e3o-escuro), mas registr\u00e1-lo se mostrava impratic\u00e1vel. Ap\u00f3s dois dias de tentativa eu j\u00e1 estava convencido de que seria imposs\u00edvel fotograf\u00e1-lo com o tempo que t\u00ednhamos. Num lance de pura sorte, eis que ele nos d\u00e1 dois segundos de chance e eu consigo um registro meio de susto. Mais tarde descobri que s\u00e3o rar\u00edssimos os registros fotogr\u00e1ficos dessa esp\u00e9cie. N\u00e3o \u00e9 pra menos.<\/p>\n

Antes disso, ainda no primeiro dia, j\u00e1 com pouca luz, consegui um registro do S. phelpsi <\/em>(taperu\u00e7u-dos-tepuis), <\/em>que passava sobre nossas cabe\u00e7as em alta velocidade. Nesse mesmo dia conseguimos outros registros como o do R. adusta<\/em> (jo\u00e3o-de-roraima), H. roraimae<\/em> (chorozinho-de-roraima) e T. personatus <\/em>(surucu\u00e1-mascarado).<\/em> O dia seguinte foi igualmente proveitoso. Encontramos alguns bandos mistos e outras aves isoladas. Destaco: P. nigrifrons <\/em>(maria-de-testa-preta), C. demissa <\/em>(jo\u00e3o-do-tepui), <\/em>V. kirkii <\/em>(pica-pau-de-sobre-vermelho), <\/em>C. rubiginosus <\/em>(pica-pau-oliv\u00e1ceo), H. sclateri <\/em>(vite-vite-do-tepui), <\/em>X. uniformis <\/em>(dan\u00e7arino-oliv\u00e1ceo), <\/em>A. personatus <\/em>(tico-tico-do-tepui), P. cornuta <\/em>(dan\u00e7ador-de-crista) e <\/em>B. bivittatus <\/em>(pula-pula-de-duas-fitas).<\/em><\/p>\n

Final de tarde na rodovia, terceiro dia de longas jornadas di\u00e1rias, est\u00e1vamos eu e Thiago apoiados no carro no acostamento. Nesse trecho a rodovia corta a floresta alta e j\u00e1 havia sombra em ambos os lados da estrada nas \u00e1rvores da mata. Sem muita esperan\u00e7a o Thiago tocou o playback do cricri\u00f3-de-cinta-vermelha. No alto passaram dois p\u00e1ssaros. Mais uma vez o playback e eles desceram. Depois de algumas fotos a uns 10 metros, o macho pousa no \u00fanico ponto da vegeta\u00e7\u00e3o com sol em um tronco pendido baixo sobre o acostamento. A viagem estava mais do que ganha.<\/p>\n

No quarto dia passarinhamos pela manh\u00e3 e \u00e0s 10h j\u00e1 est\u00e1vamos a caminho do Brasil. Almo\u00e7amos em Santa Helena de Uair\u00e9n e no meio da tarde chegamos a Boa Vista.<\/p>\n

O contato do guia Thiago Laranjeiras, para quem quiser se aventurar nos tepuis, \u00e9\u00a0thorsi.falco@gmail.com.<\/em><\/p>\n

Cricri\u00f3-de-cinta-vermelha. Foto de Marcelo Camacho.<\/figcaption><\/figure>\n

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<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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